por Delmo Fonseca
Uma parte
considerável da sociedade ainda não se deu conta de que existe vida inteligente
no mundo evangélico. Por um lado, esse ceticismo é expressado, via de regra,
por acadêmicos e jornalistas do campo progressista; por outro, por líderes políticos
manipuladores. Um exemplo dessa visão distorcida do povo evangélico, o que não
quer dizer que boa parte desse povo não faça por merecer tal avaliação
negativa, diz respeito a uma informação divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo
em 5 de janeiro de 2020. Segundo apurou a Folha, assim que deixou a prisão em
Curitiba, o ex-presidente Lula teria dito a aliados que o partido precisava
“aprender com os pastores”, pois estes “falam bem e o que as pessoas querem ouvir”.
Para o petista-mor um pastor evangélico é somente isso: alguém que se comunica
bem e só diz o que o seu público quer ouvir. Em mais um de seus arroubos
megalômanos, pois somente os desonestos intelectuais negam o caráter narcisista
do ex-presidiário, fica evidente a naturalidade com que se pode coisificar o outro
visando seu próprio benefício. Segundo Millôr Fernandes, Lula é um sujeito “viciado
em si mesmo".
O que
leva a intelligentsia petista concluir que o problema de os evangélicos
não seguirem em massa suas lorotas se deve ao fato de que os políticos não estão
identificando o que esse segmento cristão quer ouvir? O que os “núcleos evangélicos”
que o PT pretende criar nos estados desejam comunicar aos evangélicos pentecostais,
neopentecostais e também aos protestantes históricos? Tendo em vista a estratégia
adotada pelos petistas, o primeiro passo junto aos cooptados será o de negar a
realidade. No jogo dialético a esquerda sempre optará pela negação, o que
justifica seu alinhamento com a rebeldia, a desobediência e a revolução...
formas de negação da realidade.
A
cosmovisão cristã segue na contramão da cultura secular, porém é sabido que muitos
pastores optam pelos ditames desta cultura em vez de abraçarem a Sola
Scriptura (Somente a Escritura). Obviamente que tais pastores preferirão
pregar o paraíso na terra, o Cristo sem a cruz, a inexistência do diabo e a realidade
do inferno e do pecado. Tudo isso somado à “teologia da prosperidade” e ao
compromisso apenas com o próprio interesse, multidões são arrastadas. Porém há
um contingente de pastores que sofrem resistência justamente porque pregam o
que o povo não quer ouvir. Esses pastores não tiram férias, não conseguem pagar
um plano de saúde para sua família, nem sempre podem gastar com livros ou
cinemas. Essa classe de pastores notadamente alerta suas ovelhas contra o
perigo do esquerdismo e da “graça barata”. Esses pastores, ainda que em pequeno
número, provam que há vida inteligente no mundo evangélico; mas Lula, a intelligentsia
petista e boa parte da sociedade não têm “olhos para ver”.
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