
por Delmo Fonseca
Não é segredo para ninguém o fato de que a ideologia socialista procura sempre se reinventar a fim de realizar a famigerada revolução. Porém, nas palavras do stalinista Carlos Marighella, há quatro princípios a serem observados[1]:
1. o dever de todo revolucionário é fazer a revolução;
2. não pedimos licença a ninguém para praticarmos atos revolucionários;
3. só temos compromisso com a revolução;
4. só agimos por meios revolucionários.
Ao que parece, esse também é o mote dos crentes esquerdistas... “só temos compromisso com a revolução”.
E foi pensando na revolução que o PT recentemente promoveu o “1º Encontro de Evangélicos e Evangélicas do Partido dos Trabalhadores”, com o tema “O fenômeno religioso e as consequências políticas na sociedade brasileira: análises, estratégias e ações”[2]. A intenção aqui não é analisar as incongruências e os discursos nonsenses a respeito dos paralelos traçados entre Cristo e Marx, mas pontuar o próprio evento em si.
Retornemos a Carlos Marighella que no seu discurso intitulado “A Religião, o Estado, a Família”[3], utiliza lentes marxistas para interpretar a seguinte perícope: “Pois mais fácil é passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus” (Lucas 18.24-25). Eis o contorcionismo hermenêutico de Marighella: “O problema levantado por Jesus não era o do rico ser mau, nem o do rico não ser religioso, mas, precisamente, o fato do rico ser rico, do rico ser explorador.”
Retornemos a Carlos Marighella que no seu discurso intitulado “A Religião, o Estado, a Família”[3], utiliza lentes marxistas para interpretar a seguinte perícope: “Pois mais fácil é passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus” (Lucas 18.24-25). Eis o contorcionismo hermenêutico de Marighella: “O problema levantado por Jesus não era o do rico ser mau, nem o do rico não ser religioso, mas, precisamente, o fato do rico ser rico, do rico ser explorador.”
É precisamente por meio destas mesmas lentes que os crentes esquerdistas procuram enxergar a realidade. Sendo assim, não causa espanto ver tais crentes bradando “Lula Livre!” num evento petista. Recai sobre os crentes esquerdistas a suspeita de que estes também fazem parte do contingente de “idiotas úteis” proposto por Lenin, senão vejamos: "Usaremos o ‘idiota útil’ na linha de frente. Incitaremos o ódio de classes. Destruiremos sua base moral, a família e a espiritualidade. Comerão as migalhas que caírem de nossas mesas. O Estado será Deus."
É triste saber que há crentes comendo migalhas que caem da mesa do PT, cujo deus é o Estado e, Lula, seu profeta.
[1] “Pronunciamento do Agrupamento comunista de São Paulo”, in: Escritos de Carlos Marighella, p. 134.
[2] Evento promovido pelo Partido dos Trabalhadores, dias 5 e 6 de abril de 2019, em São Paulo.
[3] Discurso pronunciado na sessão de 4 de julho de 1946, na Assembleia Constituinte, por ocasião da discussão do projeto constitucional. Fonte: Problemas - Revista Mensal de Cultura Política nº 2 - Setembro de 1947.
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